Fonte: www.universodoscanarios.com

Autor: Fabio Martín

A criação de canários requer muita dedicação, paciência e amor por eles. No dia-a-dia aparecem dificuldades que precisam ser superadas com coragem. O criador iniciante, muitas vezes levado pelo entusiasmo, toma certas atitudes que o leva ao desestimulo com a presença do insucesso contribuindo para a desistência. Um descuido na higiene, por exemplo, pode precipitar o fim de uma criação. A falta de conhecimentos também pode conduzir o principiante à prática de erros, muitas vezes irreversíveis. É aconselhável que antes de iniciar uma criação de canários, o pretendente se filie a uma Associação de Criadores, onde encontrará ensinamentos indispensáveis para conduzi-lo ao sucesso.

O bom desempenho na criação está relacionado com a observação de todas essas coisas que poderão torna-lo um campeão.



► Aqui vão algumas dicas ao Criador Iniciante:

• É necessários que o canário possua boa saúde e seja jovem.

• O ambiente, utensílios de uso, poleiros, grades e fundo de gaiolas devem ser mantidos sempre limpos e desinfestados com cloro.

• Para acomodação dos canários confortavelmente e para que possam reproduzir tranquilamente, é indispensável a reserva de espaço para tal, não sendo conveniente o uso de varandas, cozinha, área aberta de serviço ou quintal ao ar livre. Luz natural no ambiente é importante, evitando, porém, durante a noite, a incidência de iluminação sobre as gaiolas.

• O canário é granívoro. O alimento necessário para a sua sobrevivência é composto de grãos (mistura). Neles são encontradas proteínas, hidrato de carbono e fibras. Como alimentação suplementar, farinhada pronta com ovo diariamente e verduras verdes três vezes por semana. Não deve faltar mineral para facilitar a digestibilidade (areia).

• Cada criador tem um método próprio valendo-se de experiências de outros ou criando o seu sistema. Contudo, nenhum sucesso será alcançado se as recomendações não forem rigorosamente observadas.

• Como são várias as raças de canários que podem ser criadas, recomenda-se que o criador iniciante se relacione com outros mais experientes. Visite as Exposições dos Clubes e leia tudo relacionado com a criação de canários. Escolhido a raça ou cor que mais lhe interessa, não é demais se aconselhar com criadores mais experientes antes da decisão final. É recomendável que no Primeiro Ano, o iniciante constitua um plantel entre quatro a dez casais no máximo, de preferência de cores clássicas.

• Definida a raça e a linhagem que pretende iniciar observar o seguinte.

• O canário deve demonstrar vivacidade, isto é, estar mudando sempre de posição no poleiro.

• As penas devem estar “coladas” ao corpo. Penas estufadas podem evidenciar alguma doença.

• Os olhos devem ser vivos e alegres.

• As fezes, dispostas no fundo da gaiola, têm de ser consistentes e acompanhadas de um pouco de humidade que é a urina. Fezes muito diluídas podem ser sintomas de diarreia.

• As patas devem estar isentas de protuberâncias e excesso de escamas.

• Soprar a cloaca e abdómen para verificar se a cor da pele é uniforme e rosa avermelhada. Sinais roxos ou veias aparentes podem indicar problemas. Peito magro com aparecimento do osso externo saliente, também não é bom sinal. É recomendável que o criador cedente do canário informe sobre seus pais, afinidade genética, alimentação e outros detalhes que possam assegurar a continuidade da vida do canário em seu novo domicílio.

• Adquira sempre filhotes do ano, pois canários mais velhos podem não revelar ser bons reprodutores nas estações de cria.

• Os Canários de Porte, em geral, são melhores reprodutores no Segundo Ano.

• Recuse canário que, colocado ao ouvido, apresente guinchos ou ruídos que indicam problemas respiratórios.

• É importante que haja uma aclimatação dos canários no criatório. As fêmeas, principalmente, devem ser adquiridas dois meses antes da época da criação.

• A meta deve ser a melhoria da qualidade e não a quantidade.

• Criar por amor, com honestidade, perseguindo a boa qualidade, nunca objectivando somente lucros.



► O QUE É CRIAR CANÁRIOS?

É sair em busca do que ainda na se conseguiu? Ou é aprisionar um ser criado por Deus? Hoje em dia é muito comum alguém partir em defesa dos animais e aves presos em cativeiros, e a resposta mais comum que ouvimos dos criadores é que os canários vivem presos a mais de 500 anos e caso fossem soltos, morreriam de fome por não terem espírito de sobrevivência (é a mais insólita resposta para uma pergunta tão demagógica).

Criar é uma arte, uma pesquisa contínua, é um estudo de nós mesmos, é um processo ao qual pertencemos, no qual fomos gerados, é um complemento do instinto reprodutivo, já que ninguém cria canários para se alimentar deles, como ocorre com a bovinocultura, suinicultura, avicultura etc.

Na área da pesquisa e estudo, vamos citar que o canário primitivo era verde e hoje temos mais de 300 cores diferentes, mais de 20 raças de porte e 3 tipos de canto distintos, fruto da pesquisa, estudo e persistência de nossos companheiros do Velho Mundo.

Hoje temos Centros de Pesquisas que utilizam os pássaros para vários testes de medicamentos e de genética para auxiliar o ser humano, mas no Brasil é um dos mais belos hobbys.

Desenvolvida por aficionados criadores, a criação de canários é um relacionamento de amizade entre povos, um intercâmbio de cultura, um estudo permanente para um aprimoramento das raças realizado em um ambiente sadio, democrático e educativo.

A nossa opinião é que deveria ser incentivado às crianças a terem amor aos pássaros, adquirindo essa cultura e conhecimento tão necessários em sua formação psicológica.

Para que possamos entender o processo de criação sem termos conhecimento das leis básicas da reprodução e de Mendel torna-se impossível progredir nesse hobby.

A partir desse pequeno conhecimento, passamos a conhecer as necessidades nutricionais dos pássaros e para que é utilizado cada alimento e suas devidas carências. Para prevenir essas carências, cabe um estudo detalhado dos alimentos e suas composições. Após esses estudos vêm as doenças e parasitas, necessitando-se conhece-las e combate-las, estudando-se todos os princípios através da medicina veterinária e seus fabulosos medicamentos.

Após todos esses conhecimentos começamos a obter os primeiros resultados, e para conseguir novos resultados, necessitamos de mais estudos e de um maior aprimoramento.

A dedicação de um criador a seus canários só é suplantada pela dedicação aos seus próprios filhos. O prazer de admirar e se dedicar aos pássaros tornam os criadores de canários, pessoas distintas com força de vontade e controle sobre a sua criação.



► PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CRIAÇÃO DE CANÁRIOS

• Local de Criação.

Para iniciar uma pequena criação de canários, geralmente se faz a adaptação de algum cómodo já existente na casa. De preferência, a acomodação deve ser provida de ampla(s) janela(s) voltada(s) para o Sol nascente. As janelas devem ser protegidas por tela de malha fina para evitar a entrada de insectos, e dispostas de maneira a evitar a corrente de era direita sobre as gaiolas, para prevenir o desenvolvimento de problemas respiratórios. Entretanto, é necessário que haja circulação de ar, o que muitas vezes pode ser solucionado com pequenas aberturas junto ao tecto que facilitarão a saída do ar aquecido.

A previsão do número de casais deverá ser feita de acordo com as dimensões do criadouro, sempre tendo em mente que o mesmo também precisará acomodar os futuros filhotes e que a superpopulação é uma das causas de insucessos na criação de pássaros.


• Gaiolas.

As gaiolas indicadas para a criação de canários são se arame galvanizado com grade divisória removível com suportes externos para bebedouros e comedouros.

Existem no comércio diversos tipos de gaiolas de excelentes fabricantes. Antes de adquiri-las é recomendável fazer uma pesquisa cuidadosa, para eleger um modelo mais conveniente, o melhor acabamento e preço, sendo interessante ouvir a opinião de criadores experientes. Feita a escolha, deve-se adquirir as gaiolas iguais e do mesmo fabricante, com a finalidade de padronizar o equipamento e facilitar o manuseio. Embora um pouco mais caro, deve-se adquirir para cada gaiola uma grade-piso sobressalente que facilitará a limpeza.

Os fundos das gaiolas (bandejas) devem ser forrados com papel absorvente (pode-se usar folhas de jornal) e sempre que houver acumulo de dejectos, troca-se à forração (dias alternados). Pelo menos duas vezes por semana as grades-piso devem ser trocadas por outras limpas. As grades retiradas devem ser imersas em uma solução desinfestante. É preciso cuidados especiais também para os poleiros, que devem ser mantidos limpos e, se possível, trocados a cada duas semanas.


• Acessórios e Utensílios.

São muitos e variados os acessórios e utensílios destinados a equipar as gaiolas de criação que podem ser encontrados no comércio. Deve-se evitar sobrecarregar as gaiolas com equipamentos muitas vezes supérfluos e que acabam dificultando a manutenção da higiene.

Os melhores e mais práticos são os comedouros e bebedouros plásticos em forma de concha ou meia-lua, usados no exterior da gaiola. Esses recipientes devem ser mantidos rigorosamente limpos, não se admitindo que os bebedouros criem limo (algas). Os comedouros destinados às sementes devem ser constantemente esvaziados para evitar o acumulo de pó e podem ser trocados para lavagem em espaços de tempo maiores. Para ministrar alimentos húmidos como farinhadas e papas, usa-se vasilha de louça, vidro ou plástico, que devem ser substituídas diariamente e tratadas com os mesmos rigores higiénicos.

Os canários precisam tomar banhos frequentes e para isso pode-se adquirir banheiras plásticas de tamanho grande, mas que permita sua passagem pelas portas das gaiolas.

Durante a época de criação deve-se fornecer aos casais, ninhos adequados de modelos diversos existentes no mercado, que são duráveis e de fácil higiene.

É boa pratica trocar os ninhos quando os filhotes são anilhados e sempre usar ninhos limpos a cada nova ninhada ou quando se fizer necessário.


• Formação de Plantel.

Considerando que o objectivo da Canaricultura é a qualidade e não a quantidade, o criador inexperiente não deve iniciar sua criação com um número muito grande de casais. Se a intenção for ter um número pequeno de casais, por passatempo, sem a preocupação com os resultados, qualquer casal serve, desde que seja saudável. Entretanto, se o objectivo for criar canários pensando em desenvolvimento técnico ou em concursos deve-se começar com casais de raça ou cor de acordo com a preferência, mas de qualidade reconhecida. O criador deverá então se filiar a um Clube Ornitológico que lhe possibilitará a compra de anilhas para registos oficiais, além da assistência técnica e convívio com outros criadores. Para conseguir bons pássaros é prudente visitar criadores de prestígio e Clubes Ornitológicos, que poderão dar valiosas orientações sobre os acasalamentos pretendidos e fornecer matrizes de qualidade técnica indiscutível.

Algumas regras já estabelecidas são importantes e devem ser lembradas na hora da compra:

Desconfie dos pássaros baratos, pois geralmente são de qualidade inferior ou portadores de alguma afecção. É preferível começar com poucos casais de qualidade do que com muitos ruins.

Compre somente canários que possuam anilhas e solicite de seu vendedor o seu “pedigree”.

Não confie somente no seu “gosto” para avaliar um canário que deseja comprar. Certifique-se se ele está dentro dos padrões de cor ou de raça desejados.

Não compre exemplar fraco ou enfermo por melhor que seja o seu “pedigree” pois pássaros nessas condições não serão bons reprodutores.

Lembre-se que um pássaro saudável é esperto e alegre. Sua barriga deve ser limpa e sem manchas, seus pés e dedos sem crostas ou tumorações e a sua respiração silenciosa e sem chiados.

Segundo alguns canaricultores “nem sempre um canário que obteve um primeiro lugar é o mais adequado para a criação”. Existem canários espectaculares em termos de plantel e criação que não teriam grades chances numa mesa de julgamento, ou por estarem com a plumagem desarrumada, ou por terem o rabo aberto ou por estarem um pouco gordos quebrando assim a harmonia visual. Seria muito fácil se você comprasse um “macho campeão e a fêmea campeã e acasalando-os obtivéssemos novos campeões”.

Claro que os pássaros classificados em concursos devem possuir qualidades, mas também é muito importantes sua origem e potencialidade genéticas, o que justifica o ditado muito popular entre os canaricultores: “É preferível um pássaro razoável de uma excelente criação do que um pássaro excelente de uma criação razoável”.


• Acasalamento no Brasil.

Considerando-se as variações naturais da luz solar, anualmente ocorre um aumento gradual e contínuo do tempo de duração da luminosidade do dia, a partir de 21 de Junho, alcançando o máximo em 21 de Dezembro. Esse período considerado foto-período positivo, influencia o ciclo reprodutivo dos canários. Assim, entre a segunda quinzena de Julho e a primeira de Agosto, em nosso hemisfério, é a época recomendada para iniciar os acasalamentos.

Os machos e as fêmeas deverão ser colocados nas gaiolas de cria, separados pela grade divisória, para um período de adaptação, fornecendo-se às fêmeas, o ninho e os fios de estopa (desfiada ou em pedaços de 5 x 5 cm) presos nas

gaiolas. Quando os pássaros começarem a trocar comida através da grade, e a fêmea confeccionar o ninho remove-se a grade divisória, sendo então bem menor a possibilidade de brigas geradas por incompatibilidade ou despreparo do casal.


• Postura.

A postura do primeiro ovo sucede 6 a 8 dias após a primeira cópula e as posturas mais freqüentes são as de três e quatro ovos.

A canária normalmente põe os ovos em dias seguidos, mas em alguns casos pode ocorrer intervalo de um dia entre dois ovos.

Nas primeiras horas da manhã (entre cinco e 7 horas) a canária realiza a postura e depois é coberta pelo macho, o que assegura a fecundação dos ovos posteriores. Por isso, não é conveniente entrar no canaril muito cedo.

Todas as manhãs, depois das 7 horas, os ovos recém-postos devem ser retirados e substituídos por ovos de plástico. Os ovos recolhidos devem ser colocados em um recipiente com areia, algodão ou qualquer outra semente, desde que esférica (evitar sementes pontiagudas como o alpiste, que podem perfurar a casca) e mantidos em temperatura ambiente. Após a postura o último ovo, que normalmente é de cor mais escura, os ovos devem voltar ao ninho, sendo este considerado o primeiro dia da incubação. A razão deste procedimento é para que os filhotes nasçam no mesmo dia e tenham a mesma oportunidade de desenvolvimento.


• Incubação.

Normalmente a incubação é de treze dias e nesse período é conveniente que o ambiente seja tranquilo e que as manipulações na gaiola sejam rápidas, evitando-se perturbar a canária.

Durante a incubação, os ovos perdem água através da casca que é porosa e permite também o intercâmbio de gases necessários para a vida do embrião.

Durante este período pode-se fazer o diagnóstico de fertilidade dos ovos a partir do quinto ou sexto dia, examinando-os por transparência através de um foco de luz e comprovando a existência de um complexo embrionário. Observando-se um ovo não fecundado por esse método, a gema é perfeitamente distinguida, enquanto nos ovos fecundados a partir do terceiro ou quarto dia da incubação já não se distingue a gema, ou seja, não há transparência.

Após seis dias de incubação as cascas dos ovos fecundadas adquirem uma coloração mais intensa e fosca. Enquanto os não fecundados adquirem uma coloração menos intensa.


• Nascimento.

Na maioria dos casos ocorre exactamente no décimo terceiro dia da incubação. Entretanto, se o nascimento não ocorrer dentro do previsto, deve-se ter paciência e aguardar. Várias circunstâncias podem causar o atraso. Há fêmeas que não chocam a saem do ninho com frequência. A falta de humidade também pode influir. Não abra ou jogue fora um ovo pelo menos até o décimo quinto dia de incubação, e, mesmo assim faça mais um teste de vitalidade.

Por isso colocam-se os ovos em um recipiente com água morna e aguarda-se alguns minutos. Se o embrião estiver vivo, o ovo flutuará com a ponta para baixo, uma vez que a câmara de ar ocupa o pólo mais largo e balançará ligeiramente. Os ovos abortados flutuarão de lado sem qualquer movimento ou afundarão.


• Anilhamento.

Para identificar as aves mais o sistema mais prático e seguro, consiste na colocação de anilhas nas pernas dos filhotes. A anilha é um anel de alumínio, fechada, inviolável nas quais estão gravados as siglas da federação e da Sociedade que as emitiu, o ano do nascimento, o número de ordem e o número do criador. Esta anilha é a identidade do pássaro, pois não sairá mais da sua perna, acompanhando-o por toda a vida.

Os pássaros para serem apresentados em Exposições e Concursos Oficiais devem portar obrigatoriamente anilhas. As anilhas são colocadas nos canários com poucos dias de vida, de quatro a sete, mas sempre se tendo em conta o desenvolvimento de suas patas, evitando-se que a operação seja traumatizante no caso de grande desenvolvimento ou que o pássaro a perca, se a manobra for realizada muito cedo.

O anilhamento é um processo delicado e às vezes é difícil, para um principiante. Deve ser feito sobre a mesa forrada com um papel, pois ao pegar os filhotes é comum que os mesmo defequem.

Para anilhar, toma-se o filhote com a mão esquerda, com a direita o anel. Passa-se a anilha pelos três dedos anteriores, deslizando-se até o início da articulação. Segura-se a ponta desses dedos e desloca-se a anilha através do dedo posterior, que deve estar no mesmo sentido da perna, fazendo com que o anel passe para a perna. Em seguida, liberta-se o dedo posterior desenganchando-se da anilha, Essa operação por ser facilitada, untando-se os pés dos filhotes com vaselina ou outro lubrificante neutro.


• Separação dos Filhotes.

A permanência no ninho até vinte dias é considerada normal. As ninhadas bem nutridas deixam o ninho entre quinze e dezoito dias. Poucos dias depois, os filhotes começam a bicar os alimentos, principalmente a farinhada, frutas e verduras. Com um mês devem descascar e quebrar as sementes, podendo então ser separados dos pais.

Uma regra prática interessante é não separar os filhotes enquanto esses não percam as penugens da cabeça (espécime de pêlos).

Normalmente, por volta do vigésimo quinto dia, a fêmea inicia outro ciclo e começa a se preparar para a nova postura. Nesse período os pais podem depenar os filhotes em busca de material para confeccionar um novo ninho. Isso pode ser evitado, separando-se os filhotes dos pais pela grade divisória da gaiola e oferecendo ao casal material para a confecção do ninho. Os pais alimentam os filhotes pela grade, bastando para isso à colocação de poleiros baixos e próximos à grade divisória dos dois lados.


• Alimentação dos Filhotes.

Devemos oferecer aos pais alimentação farta e variada. A farinhada com ovo cozido deve ser administrada em pequenas quantidades e várias vezes ao dia. Pode-se usar verduras com almeirão, chicória e couve, sempre muito bem lavadas e frescas, bem como maçã e jiló.

O uso de variedades de sementes também é importante. Além do alpiste, a aveia sem casca (especialmente na primeira semana) e o níger devem ser oferecidos em comedouros separados. Alguns criadores costumam usar pão molhado no leite, com muita aceitação pelas fêmeas. O preparo é feito usando pão d’água, amanhecido, descascado e cortado em fatias, que são mergulhados em água. As fatias intumescidas são espremidas e colocadas novamente na água, repetindo-se a operação várias vezes. Depois, mergulhadas no leite e novamente espremidas e oferecidas aos pássaros.

Algumas canárias não alimentam ou alimentam, mal seus filhotes, apesar dos cuidados do criador. Recomenda-se além da retirada do macho, oferecer água de beber fortemente açucarada por um dia e pedaços de maçã.

Outro recurso que pode ser usado, principalmente para as canárias que saem pouco do ninho, é retira-lo com os filhotes, por alguns momentos. Essa manobra faz com que a fêmea se alimente e ao voltar ao ninho, acabe alimentando os filhotes.

É sempre interessante colocar-se várias fêmeas para chocar ao mesmo tempo, ainda que para isso seja preciso esperar alguns dias. Caso falhe todas as manobras para estimular uma fêmea preguiçosa a tratar de sua ninhada, resta a possibilidade de distribuir os filhotes entre as fêmeas que estejam tratando bem.

Alguns criadores costumam auxiliar as fêmeas, administrando alimentos pastosos no bico dos filhotes. Este procedimento, além de importante, tem suas vantagens, pois permite administrar aos filhotes vitaminas e medicamentos eficientes no tratamento de várias doenças, dentre elas a colibacilose, patologia responsável pela maioria das mortes no ninho. Além disso, auxilia o desenvolvimento inicial mantendo os filhotes em condições de se levantarem e pedirem alimentação às mães, aumentando o índice de sobrevivência.